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Maria Luís Albuquerque propõe “coligação de interessados” na união do mercado de capitais
Na sua primeira entrevista enquanto comissária de Serviços Financeiros da União Europeia, Albuquerque referiu ainda que quer simplificar a regulação bancária e defendeu a consolidação bancária transfronteiriça.
29 Jan 2025 - 10:47
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Maria Luís Albuquerque | Foto: LinkedIn
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Maria Luís Albuquerque | Foto: LinkedIn
A Comissária de Serviços Financeiros da União Europeia (UE) quer avançar com uma “coligação de interessados” e não esperar que todos os 27 membros cheguem a acordo sobre uma união dos mercados de capitais.
Em entrevista à Bloomberg, nesta quarta-feira, Maria Luís Albuquerque disse que é preferível que todos os Estados-Membros adiram à iniciativa, mas que está aberta a alternativas em questões em que o acordo é difícil de alcançar. “O que estou a dizer é que podem existir associações de diferentes Estados-Membros”, referiu. “Podem agrupar-se e promover esta iniciativa e encontrar as melhores soluções. Mas a questão é: será que vamos esperar que cada um desenvolva o seu próprio mercado de capitais? Isso não aconteceu”.
A sua posição marca um afastamento do caminho que a UE tem percorrido na última década, ao procurar obter um acordo total sobre os esforços para reduzir as barreiras nacionais e criar mercados de capitais dinâmicos que ofereçam financiamento às empresas e rendimentos aos aforradores em toda a UE.
A Bloomberg assinala que os progressos nesta matéria têm sido lentos, uma vez que os Estados-Membros entraram em conflito sobre questões como a supervisão única ou a fiscalidade.
Uma “coligação de vontades” poderia trabalhar em áreas como o crescimento do mercado europeu de investimento de retalho ou o alinhamento do tratamento fiscal dos investimentos transfronteiras. “Não quero antecipar essas discussões”, acrescentou. “O que estou a dizer é que podemos analisar este tipo de soluções”.
Países como França e Espanha têm vindo a insistir na criação de círculos mais pequenos para quebrar alguns dos impasses.
Aposta na consolidação bancária
A Comissária de Serviços Financeiros disse ainda que a consolidação bancária transfronteiriça beneficiaria os consumidores europeus.
“A questão que temos de compreender é que os bancos maiores podem prestar melhores serviços a custos mais baixos”, referiu na entrevista. E exemplificou: “Compreendemos a questão da escala. As pessoas vão aos grandes supermercados porquê? Porque têm ofertas mais alargadas a preços mais baixos. O mesmo se passa com o setor bancário. Se tivermos bancos maiores a operar a nível transfronteiriço, isso será benéfico para todos os clientes. Terão mais serviços a serem oferecidos a um custo mais baixo. É esse o objetivo da união bancária. A união bancária permite ou promove esse tipo de movimento”.
Simplificar, mas não desregulamentar
Questionada sobre as críticas apontadas à Europa de que regulamenta demasiado, comparativamente com os EUA, Maria Luís Albuquerque sublinhou que não gosta da expressão “desregulamentação”, por a associar a preocupações sobre a estabilidade financeira. ”E a estabilidade financeira é uma boa condição para o sucesso. Independentemente do que se queira fazer, é preciso manter a estabilidade financeira”, referiu.
Porém, reconheceu que “há claramente uma necessidade de uma melhor regulamentação, de uma regulamentação mais simples para reduzir o ónus que impõe às empresas”. Acrescentando que “todos nós deveríamos concentrar-nos na forma de reduzir o peso da regulamentação e de a tornar mais adequada ao seu objetivo. Portanto, precisamos de simplificar, não de desregulamentar”.
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