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Bancos têm “papel fundamental” na promoção de uma sociedade mais resiliente

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O governador do Banco de Portugal defende que os bancos não são apenas intermediários financeiros, mas também agentes de transformação social que podem ajudar a construir uma sociedade mais resiliente e sustentável.

18 Dez 2024 - 10:28

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Mário Centeno, governador do Banco de Portugal | Foto: Banco de Portugal

Mário Centeno, governador do Banco de Portugal | Foto: Banco de Portugal

O governador do Banco de Portugal destaca o papel central dos bancos e outras entidades financeiras na promoção da literacia financeira, salientando que “os bancos, enquanto agentes de proximidade, têm um papel fundamental nesta jornada para uma sociedade mais consciente e resiliente financeiramente”.

Na reunião da Comissão de Acompanhamento do Plano Nacional de Formação Financeira, que decorreu nesta terça-feira em Lisboa, Mário Centeno sublinhou a importância de três pilares estratégicos para ajudar os cidadãos nos seus desafios diários: reforço da resiliência financeira, promoção da literacia digital e contribuir para a sustentabilidade.

Poupança das famílias aumenta

No âmbito da resiliência financeira, Centeno assinalou progressos significativos, destacando que a taxa de poupança das famílias deverá atingir 11,5% em 2024, um valor superior em 4,5 pontos percentuais à média pré-pandemia. “Este comportamento reflete uma maior consciência financeira por parte das famílias, que, ao pouparem e reduzirem o endividamento, demonstram ter incorporado conceitos de literacia financeira nas suas decisões”, afirmou. O governador apontou também para o papel das instituições financeiras neste progresso, ao ajudarem os clientes a planear e gerir os seus recursos.

Literacia como arma de combate

A literacia financeira digital, um dos grandes desafios da atualidade, foi outro tema em destaque. Centeno alertou para os riscos crescentes associados à digitalização, como fraudes com recurso a inteligência artificial, roubo de dados pessoais e desinformação nas redes sociais, que podem levar a decisões financeiras precipitadas. “Os bancos devem educar os consumidores para se protegerem destes perigos e oferecer ferramentas que garantam a segurança dos dados e transações financeiras”, explicou, acrescentando que “o Plano Nacional de Formação Financeira precisa de expandir os seus conteúdos educativos para canais digitais e redes sociais, sobretudo para alcançar os jovens.”

Decisões financeiras e sustentáveis

Na vertente da sustentabilidade, Centeno sublinhou a importância de as decisões financeiras terem em conta o impacto ambiental e social. “Os bancos estão numa posição privilegiada para orientar os consumidores a tomarem decisões que sejam simultaneamente financeiramente vantajosas e sustentáveis”, declarou, enfatizando que cada ação individual contribui para um impacto coletivo positivo no futuro do planeta.

Apesar dos progressos registados, o governador reconheceu que há ainda muito por fazer no que toca à literacia financeira da população portuguesa.

O 4.º Inquérito à Literacia Financeira, realizado em 2023, posicionou Portugal em 13.º lugar entre 39 países no indicador global, com desempenhos acima da média em comportamentos e atitudes financeiras. Contudo, no domínio dos conhecimentos financeiros, os resultados são preocupantes. “Apenas 24% dos portugueses compreendem o efeito do juro composto, e menos de metade reconhece a relação entre risco e diversificação de investimentos. Estes números mostram a necessidade de reforçar as iniciativas de formação financeira”, afirmou Centeno.

A educação financeira nas escolas foi identificada como uma prioridade para garantir o futuro. “Uma das formas mais eficazes de educar financeiramente uma geração é assegurar que as competências básicas são adquiridas desde cedo”, disse, salientando a importância do trabalho conjunto com o Ministério da Educação para integrar a literacia financeira nos currículos escolares. “As escolas são fundamentais para moldar comportamentos e atitudes financeiras antes que os jovens tenham acesso a produtos e serviços financeiros”, acrescentou.

Mário Centeno concluiu a intervenção reafirmando o compromisso dos supervisores financeiros com o Plano Nacional de Formação Financeira e elogiando o envolvimento crescente de parceiros, especialmente do setor bancário. “Os bancos são não apenas intermediários financeiros, mas também agentes de transformação social. É com esta colaboração que construiremos um futuro mais resiliente e sustentável para todos os portugueses”, sublinhou, apelando à continuidade do trabalho conjunto para enfrentar os desafios da literacia financeira em Portugal.

 

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