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BCE define riscos geopolíticos e tecnológicos como prioridades de supervisão
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O supervisor europeu refere que que o setor bancário enfrenta um cenário de riscos cada vez mais complexo. Alterações climáticas e falta de informação sobre riscos também estão entre as prioridades.
17 Jan 2025 - 10:28
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Sharon Donnery, membro do Conselho de Supervisão do BCE Foto: LinkedIn
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Sharon Donnery, membro do Conselho de Supervisão do BCE Foto: LinkedIn
O Banco Central Europeu (BCE) definiu as suas prioridades de supervisão bancária para 2025-27. São elas as tensões geopolíticas, os rápidos avanços tecnológicos, as alterações climáticas e a falta de informação adequada sobre os riscos, segundo um artigo publicado na página do BCE, assinado por Sharon Donnery, membro do Conselho de Supervisão do BCE, e por Mario Quagliariello, analista da Autoridade Bancária Europeia.
Os autores salientam que o setor bancário europeu enfrenta um cenário de riscos cada vez mais complexo, defendendo que é preciso reforçar a capacidade das instituições financeiras para resistir a choques macroeconómicos e geopolíticos, corrigir deficiências persistentes e adaptar-se aos desafios trazidos pela digitalização. “As tensões geopolíticas crescentes, as rápidas mudanças tecnológicas e o impacto visível das alterações climáticas estão a transformar significativamente o panorama de riscos,” afirmaram os autores. Neste contexto, as prioridades de supervisão incluem: melhorar a gestão de riscos macroeconómicos e geopolíticos, exigir a correção de falhas materiais nas instituições e abordar os desafios digitais e tecnológicos.
Riscos geopolíticos em foco
O risco geopolítico foi identificado como um dos maiores desafios para a economia global. “Num ambiente marcado por proteção crescente, incertezas e erosão da cooperação multilateral, os sistemas financeiros enfrentam um contexto mais volátil e imprevisível do que nunca,” destacaram Donnery e Quagliariello.
Os supervisores vão concentrar-se em como os bancos identificam e mitigam os impactos de eventos geopolíticos, que podem afetar o crédito, o mercado, a liquidez e as operações. Este ano, os riscos geopolíticos terão um papel central nos testes de stress da União Europeia, referem.
“É crucial que os conselhos de administração dos bancos adotem uma estratégia de gestão de riscos robusta e proativa, incorporando as incertezas de forma holística,” reforçaram os autores.
Outra prioridade é garantir que os bancos corrijam rapidamente as lacunas identificadas nos últimos anos, especialmente nas áreas de riscos climáticos e ambientais e de governança. Apesar de progressos em algumas instituições, há atrasos que preocupam os supervisores.
“Estamos a intensificar a aplicação de medidas corretivas, incluindo decisões vinculativas, para assegurar que as deficiências sejam resolvidas de forma eficaz,” explicaram Donnery e Quagliariello.
Além disso, alertaram para a necessidade de melhorar significativamente os sistemas de agregação e reporte de dados de risco, fundamentais para uma gestão eficaz e tomada de decisões informadas.
Desafios da digitalização
A rápida digitalização apresenta oportunidades, mas também traz riscos, como a crescente ameaça cibernética. “O avanço digital pode comprometer a resiliência operacional dos bancos se não forem implementadas salvaguardas adequadas,” alertaram os supervisores.
Os bancos devem adotar melhores práticas para gerir os riscos associados a novas tecnologias, como plataformas digitais, parcerias estratégicas e inteligência artificial. A supervisão continuará a monitorizar o impacto destas inovações nos modelos de negócio e na gestão de riscos.
A resiliência do setor bancário, segundo os autores, depende de uma governança sólida e de uma gestão estratégica alinhada com os desafios emergentes. “As nossas prioridades refletem a necessidade de equilíbrio entre continuidade, previsibilidade e agilidade,” concluíram Donnery e Quagliariello.
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