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IA e blockchain moldam setor dos pagamentos
Desde o combate a fraudes com inteligência artificial até à ‘tokenização’ de ativos e inclusão digital, a Mastercard prevê 10 tendências que vão redefinir o futuro das transações financeiras.
17 Jan 2025 - 13:09
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Foto: Freepik
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A forma como pagamos está a passar por uma transformação acelerada, impulsionada por avanços tecnológicos, novas expectativas dos consumidores e a necessidade de maior segurança e eficiência. Nos últimos anos, soluções como “tocar para pagar” e carteiras digitais estão a emergir e a relegar o dinheiro físico e os cheques em papel para os museus, sobretudo entre as gerações mais novas.
Com base em conversas com líderes de toda a empresa, a Mastercard lista as 10 tendências que podem impactar a forma como pagamos em 2025 e nos anos seguintes.
1 – Combater crimes que usam IA… com IA
Os cibercriminosos já estão a utilizar a inteligência artificial (IA) generativa para produzir vídeos falsos e mensagens de ‘phishing’ personalizadas para roubar dinheiro ou dados, e espera-se que o cibercrime cresça para perto de 10 biliões de euros por ano em 2025.
Mas esta arma é também uma ferramenta de combate, uma vez que as empresas estão a treinar modelos de IA para prever e neutralizar ameaças em tempo real. Nomeadamente, para analisar uma grande quantidade de dados e prever, numa fração de segundo, se uma transação é ou não genuína, aumentando as taxas de proteção contra a fraude em média 20% e até 300% em alguns casos.
2 – Democracia digital: ferramentas avançadas para pequenos negócios
Algumas ferramentas digitais avançadas estão a tornar-se acessíveis, permitindo que pequenos negócios automatizem tarefas administrativas, como faturação e gestão de inventário, enquanto criam campanhas de marketing personalizadas. Soluções centralizadas estão a emergir, oferecendo insights baseados em dados que ajudam as empresas a tomarem decisões estratégicas. Esta democratização digital é essencial para sustentar o crescimento e a competitividade, emergindo como tendência que vai fomentar os pagamentos.
3 – Uma nova era de inclusão digital
Em mercados emergentes, as carteiras digitais estão a substituir as contas bancárias tradicionais, oferecendo soluções acessíveis para milhões de pessoas que não recorrem ao sistema bancário tradicional. Além de facilitar transações locais, conectam consumidores internacionais a redes locais sem a necessidade de criar contas pré-pagas. No futuro, estas carteiras irão integrar serviços adicionais, como saúde e identidade digital, criando ecossistemas interoperáveis que revolucionam a vida diária, sobretudo nestas economias emergentes.
4 – Reforço da identidade digital
A identidade digital segura é o pilar da economia digital, permitindo que as pessoas interajam como, onde e quando quiserem com total confiança. A biometria, a aprendizagem automática (ML – machine learning) e as informações sobre a identidade já estão a impulsionar a autenticação ao longo de todo o percurso do cliente. A adoção de ‘passkeys’ – autenticação sem palavra-passe, muitas vezes alimentada pela biometria dos utilizadores – está a impulsionar este processo e irá ganhar força em 2025.
5 – Facilitar o B2B
Os pagamentos das empresas têm sido mais lentos a evoluir para o mundo digital, mas isso está a mudar à medida que as empresas se apercebem das vantagens dos cartões virtuais – números de cartões temporários gerados aleatoriamente e ligados a uma conta com uma linha de crédito estabelecida. Isto permite reduzir o erro humano e oferece às empresas uma visão dos dados em tempo real e um maior controlo sobre as despesas.
6 – A era do ‘contactless’
Os pagamentos por aproximação já representam dois terços das compras presenciais. Mas a tecnologia está a ir além do tradicional ‘toque’ no terminal de pagamento. O ‘Tap on Phone’, que transforma qualquer smartphone num terminal de pagamento, está a democratizar o acesso para pequenos comerciantes. Além disso, estas tecnologias serão usadas para adicionar cartões a carteiras digitais ou transferir dinheiro instantaneamente para amigos e familiares.
7 – Pagamentos em tempo real
Os sistemas de pagamentos em tempo real estão agora disponíveis em mais de 100 países, prevendo-se 575 mil milhões de transações até 2028, o que representa 27% de todos os pagamentos eletrónicos a nível mundial, segundo esta empresa de pagamentos. À medida que os países começam a interligar os seus sistemas nacionais, os pagamentos transfronteiriços tornar-se-ão mais simples. E uma maior interoperabilidade entre os pagamentos em tempo real e outras formas de pagamento, como as moedas digitais dos bancos centrais e os ativos digitais, facilitará a realização de transações entre contas bancárias tradicionais e contas em moeda digital.
8 – Ecossistemas colaborativos
O sucesso no mercado de pagamentos já não pode ser alcançado isoladamente. A colaboração entre instituições financeiras, fintechs, governos e empresas está a acelerar a inovação em larga escala. Fintechs, em particular, estão a desempenhar um papel vital ao simplificar serviços financeiros e oferecer ferramentas integradas que aumentam a confiança e a acessibilidade dos consumidores.
9 – Banca na blockchain
A tecnologia blockchain está a sair do domínio teórico para aplicações práticas, especialmente em pagamentos B2B e transações comerciais. Criptomoedas, ‘stablecoins’ e ativos ‘tokenizados’ estão a ser utilizados para melhorar a velocidade, segurança e eficiência nas finanças globais. A ‘tokenização’ de ativos é o processo de converter os direitos de propriedade de um ativo físico ou financeiro numa representação digital, chamada ‘token’, que é armazenada numa rede de blockchain. Esses ‘tokens’ podem ser comprados, vendidos ou transferidos de forma segura e transparente. No entanto, segundo esta análise, o potencial do blockchain só será plenamente realizado através de parcerias estratégicas entre empresas tradicionais e nativas do setor cripto.
10 – A economia dos ‘tokens’
A ‘tokenização’ está a redefinir a forma como partilhamos informações e efetuamos transações. Para além de substituir números de cartões, a tecnologia permite que os consumidores partilhem preferências de compra sem expor dados pessoais. A ‘tokenização’ de ativos também está a digitalizar atividades económicas, desde o comércio de títulos a créditos de carbono, tornando os processos mais transparentes e seguros.
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