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Riscos climáticos não ameaçam por si só a estabilidade financeira

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As Autoridades Europeias de Supervisão analisaram vários cenários e alertam que ameaças podem surgir se os riscos climáticos forem combinados com choques macroeconómicos.

22 Nov 2024 - 13:20

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Foto: Pixabay

Foto: Pixabay

É pouco provável que as perdas pelo risco de transição por si só ameacem a estabilidade financeira da União Europeia (UE), segundo mostra o teste de stress climático ao programa “Fit-For-55”, concluem a Autoridade Bancária Europeia, a Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares e a Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados – coletivamente conhecidas como Autoridades Europeias de Supervisão (ESA).

Num relatório realizado em conjunto com o Banco Central Europeu (BCE), as ESA examinaram vários cenários e concluem que não existe esta ameaça por si só.

Contudo, quando os riscos de transição são combinados com choques macroeconómicos podem aumentar as perdas para as instituições financeiras e conduzir a perturbações.  Por isso, advertem que a situação “exige uma abordagem política coordenada para financiar a transição verde e a necessidade de as instituições financeiras integrarem os riscos climáticos na sua gestão de riscos de uma forma abrangente e atempada”.

O teste de esforço climático foi realizado face a três cenários desenvolvidos pelo Comité Europeu do Risco Sistémico (CERS), com o apoio do BCE. Os cenários incorporam riscos de transição, bem como fatores macroeconómicos, partindo do pressuposto de que o pacote ‘Fit-for-55’ é implementado conforme planeado.

Três cenários estudados

No cenário de base, o pacote Fit-for-55 é implementado num ambiente económico que reflete as previsões do SEBC de junho de 2023, embora ainda enfrente custos adicionais relacionados com a transição verde.

No primeiro cenário adverso, os riscos de transição materializam-se sob a forma de choques “Run-on-Brown”, em que os investidores se desfazem de ativos de empresas com utilização intensiva de carbono. Isto dificulta a transição verde, uma vez que as empresas “castanhas” não têm o financiamento necessário para tornar as suas atividades mais verdes.

No segundo cenário adverso, os choques “Run-on-Brown” são amplificados por outros fatores de stress macrofinanceiros padrão.

Os modelos abrangem empréstimos a sociedades não financeiras (SNF), ações, títulos de dívida (incluindo obrigações do Estado) e posições em fundos detidos por uma amostra de instituições financeiras composta por 110 bancos, 2.331 companhias de seguros, 629 instituições de pensões profissionais e cerca de 22 000 fundos domiciliados na UE.

Os resultados do exercício mostram que as perdas estimadas decorrentes de um cenário “Run-on-Brown” têm um impacto limitado no sistema financeiro da UE. No horizonte de 8 anos, as perdas totais da primeira ronda situam-se entre 5,2% e 6,7% das exposições iniciais, em cada sector. As perdas de segunda ronda são principalmente relevantes para os fundos de investimento e equivalem a 11,2% das exposições iniciais.

A interação da evolução macrofinanceira adversa com os fatores de risco de transição poderá perturbar a evolução da transição e aumentar substancialmente as perdas das instituições financeiras, prejudicando assim a sua capacidade de financiamento. Isto é avaliado no segundo cenário adverso, onde os choques “Run-on-Brown” estão associados a condições macroeconómicas adversas. Neste cenário, as perdas iniciais registadas pelos bancos, seguradoras, fundos de pensões profissionais e fundos de investimento situam-se entre os 10,9% e os 21,5%, dependendo do setor. Embora considerável, espera-se que o impacto destas perdas no capital das instituições financeiras seja mitigado por fatores como o rendimento dos bancos, as responsabilidades das seguradoras e dos fundos de pensões profissionais e as detenções de caixa por fundos de investimento que não foram incluídos na avaliação.

Dada a novidade das abordagens metodológicas e os desafios relacionados com os dados, os resultados estão sujeitos a uma grande margem de incerteza, sublinha, no entanto, a Autoridade Bancária Europeia em comunicado.

 

 

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