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Regulamentação, Draghi e medo de arriscar: CEO da banca continuam em sintonia

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Os CEO dos maiores bancos portugueses criticam a regulamentação excessiva e apoiam-se no Relatório Draghi como referência para que rumos tomar. Esperam desregulamentação e um ambiente competitivo no futuro.

26 Nov 2024 - 18:40

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Debate "Banca do Futuro 2024" com os CEO dos cinco maiores bancos portugueses

Debate "Banca do Futuro 2024" com os CEO dos cinco maiores bancos portugueses

O debate “Setor Financeiro | A nova Europa” reuniu os CEO dos cinco maiores bancos portugueses e, mais uma vez, estes sintonizaram as suas vozes contra a regulamentação excessiva e a favor do Relatório Draghi. Pelo meio, deixaram no ar o destino do excesso de capital dos bancos e possíveis interesses e desinteresses no Novobanco.

O tema que suscitou mais reações adversas por parte dos líderes dos maiores bancos portugueses foi a questão da regulamentação sobre o setor. O presidente do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, mostrou-se esperançoso de que a nova comissária europeia, Maria Luís Albuquerque, tenha a desregulamentação no topo da sua agenda. Até vai mais além e espera que a antiga ministra seja uma “força transformadora”.

Por sua vez, o presidente do Millennium BCP, Miguel Maya, acredita que é necessário criar um “level playing field” através da redução da regulamentação. O presidente do BPI reforça esta ideia de retirar a regulação que “não torna a banca europeia competitiva”. Já Paulo Macedo, CEO da Caixa Geral de Depósitos, confirma que espera também uma simplificação da legislação, mas acredita que depende “do que vem dos EUA”.

O presidente do Santander Portugal, Pedro Castro e Almeida, sublinha que “a União Europeia tem de perceber que o setor financeiro é essencial no crescimento” e tem “efeito multiplicador”. No entanto, alerta que os investidores precisam de um “espaço seguro” onde sabem o que esperar em termos de regulação futura. “É natural acionistas quererem apostar noutras zonas geográficas se a Europa deixar de ser atrativa”, argumenta, avisando também que o “capital se move rapidamente”. Por outro lado, o CEO do Novobanco, Mark Bourke, afirma que Portugal está relativamente bem posicionado face à realidade da Europa, reforçando o panorama positivo apresentado pelo governador do Banco de Portugal na sessão de abertura da conferência.

Sobre o Novobanco em si, Bourke mostrou-se “otimista” sobre o fim do acordo de capital contingente, mas não adiantou mais apesar das perguntas sobre o tema. Para o BCP e o Santander, a pergunta que obrigou a respostas pouco diretas foi sobre o seu possível interesse na aquisição do Novobanco num futuro próximo. Miguel Maya e Pedro Castro e Almeida afirmaram apenas que as suas instituições estão sempre atentas ao mercado e a novas oportunidades.

Relatório Draghi e a falta de risco

Sobre a intervenção de Mário Centeno, João Pedro Oliveira e Costa apontou uma ausência: o relatório Draghi. Esta não é a primeira vez que os CEO dos cinco maiores bancos referem este relatório num debate e todos convergem na opinião de que é um bom diagnóstico do que se passa na Europa, os seus problemas e a possível solução para alguns deles. No entanto, mostram-se pouco otimistas na sua concretização. Miguel Maya acredita que “não vai ser implementado, mas dá pistas para o caminho do progresso. Depende da nossa ambição”. Já Mark Bourke considera não ser “impossível”, mas é uma abordagem que “tem de ser adaptada a nível local”. Paulo Macedo, por sua vez, realça a “falta de inovação e falta de capital de risco dos bancos” mencionados no relatório.

Neste sentido, outro assunto em que todos convergem prende-se com a falta de risco na Europa. Pedro Castro e Almeida questiona: “Como equilibrar a segurança com o imperativo de crescimento”? O dirigente afirma que “vivemos com medo e prevalece a segurança sobre o crescimento”, o que vai ao encontro da analogia de Mário Centeno, que antes tinha afirmado que a Europa está “confortável” no lugar de passageiro.

Miguel Maya considera que a Europa está a agir de forma errada ao pensar como defender o novo topo alcançado. Em vez disto, “é preciso pensar no próximo topo e ciclo de crescimento”, argumenta, reconhecendo que “altos e baixos” fazem parte dos ciclos.

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