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Portugal testa nova metodologia de pagamentos para setor social
A Fundação Fast Forward pretende explorar novas formas de pagamentos digitais, para aumentar a eficiência e otimizar fluxos financeiros a nível europeu. Portugal foi escolhido por ser avançado na área dos pagamentos digitais.
11 Mar 2025 - 13:42
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Foto: Freepik
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Portugal foi o país escolhido pela Fundação Fast Forward (FFF), entidade fundada pelo italiano BFF Banking Group, para testar um ecossistema de pagamentos digitais inovador que visa melhorar os pagamentos no setor social em toda a Europa.
A iniciativa baseia-se num relatório que conta com a coautoria de Biagio Bossone, consultor sénior do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, que apresenta recomendações políticas e boas práticas para otimizar a distribuição da proteção social.
O projeto pioneiro visa explorar novas formas de pagamentos digitais, atualmente amplamente utilizados em Portugal, com o objetivo de aumentar a eficiência, otimizar os fluxos financeiros e assegurar uma distribuição mais justa dos benefícios sociais. A colaboração com bancos, empresas de fintech, fundos de pensões, seguradoras, organizações de saúde, universidades, instituições públicas e organismos de investigação será essencial para reunir dados concretos sobre estas dinâmicas.
“Em Portugal há tradição de inovação nos pagamentos. Queremos aprender convosco e beneficiar do vosso conhecimento e práticas para depois os usar noutros países europeus”, referiu Bossone, na apresentação da iniciativa que teve lugar nesta terça-feira em Lisboa.
Caso tenha sucesso, a metodologia poderá ser aplicada noutros países da União Europeia, marcando, segundo a entidade, um “avanço significativo” na modernização dos sistemas de pagamento social e promovendo uma maior inclusão financeira.
No centro desta iniciativa está a Arquitetura Integrada de Pagamentos do Setor da Segurança Social (Integrated Welfare Sector Payments Architecture, IWSPA) – uma visão a longo prazo para transformar os sistemas de pagamentos da segurança social em toda a Europa. A IWSPA tem como objetivo racionalizar os pagamentos digitais, aumentar a interoperabilidade e reduzir a burocracia, com o objetivo de garantir que a ajuda financeira chega a quem mais precisa, de forma rápida e com o mínimo de despesas administrativas.
Portugal foi escolhido como país-piloto devido ao seu “avançado sistema de pagamentos sociais, caracterizado por uma sólida infraestrutura bancária digital, pela utilização generalizada de pagamentos eletrónicos e por uma forte colaboração entre o governo e as fintechs”, refere a organização. No entanto, são ainda apontados alguns desafios, incluindo a garantia de acesso digital para as populações idosas e vulneráveis, a redução da utilização de cheques e numerário nas transações sociais e a melhoria da literacia financeira para incentivar a adoção de pagamentos eletrónicos. Apesar destes obstáculos, um relatório realizado pela FFF apurou que Portugal está à frente de muitos outros países europeus, incluindo França, Espanha, Itália, Grécia e Polónia, em direção a um sistema de pagamentos sociais totalmente digitalizado.
Com o piloto que será realizado em Portugal, a organização ambiciona ajudar a criar um sistema integrado de forma a tornar os sistemas de pagamntos no setor social mais eficientes, seguros e rápidos. “Tudo tem de evoluir para pagamentos instantâneos. Não é preciso inventar novos sistemas de pagamentos, mas têm de ser integrados para que seja possível qualquer elemento fazer pagamentos a qualquer hora, a partir de qualquer dispositivo e a qualquer pessoa. Este é o futuro aonde queremos chegar”, referiu Biagio Bossone. Porém, antes de lá chegar, acrescentou, “é preciso estabelecer uma metodologia, perceber quais são os gaps e preenche-los. E é preciso um piloto para fazer esse exercício”.
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