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Inteligência Artificial nos bancos: como gerir o risco e as oportunidades

Por Gabriel Coimbra, country manager da IDC Portugal e group vice president.

24 Fev 2025 - 07:04

4 min leitura

A inteligência artificial (IA) tem revolucionado a maneira como os bancos interagem com os seus clientes ao mesmo tempo que ajuda a otimizar processos internos. Aliás, uma das áreas mais promissoras na era da IA é a personalização dos serviços financeiros.

Citando dados da IDC, a implementação da inteligência artificial generativa (GenAI) permitirá que os bancos aumentem a retenção de clientes em até 40%, até 2026, uma vez que a tecnologia possibilita recomendações personalizadas e insights mais precisos sobre investimentos e produtos financeiros. Além disso, a automação e a modernização dos sistemas bancários têm permitido criar operações mais ágeis e seguras, reduzindo o tempo necessário para a realização de pagamentos e transferências internacionais. A crescente digitalização do setor também tem impulsionado mudanças na conformidade regulatória. Com a ampliação das normas sobre o uso responsável da IA, estima-se que, até 2027, 70% dos grandes bancos globais terão equipas especializadas para garantir a transparência e a ética no que se refere à utilização desta tecnologia.

Outro aspeto crucial da adoção da IA no setor da banca é o fortalecimento da segurança cibernética e a prevenção de fraudes. Se, por um lado, os algoritmos inteligentes ajudam a detetar e bloquear atividades suspeitas antes que causem danos financeiros, por outro, também facilitam a criação de identidades falsas, impulsionando fraudes bancárias. De acordo com as previsões recentes, as solicitações fraudulentas de crédito devem crescer 100%, até 2027, grande parte devido à disponibilidade de GenAI e ao acesso de criminosos a dados pessoais na dark web.

No entanto, os benefícios da IA para os bancos e os clientes são inegáveis. A tecnologia melhora significativamente a experiência dos consumidores ao permitir um atendimento mais eficiente e personalizado, enquanto a automação reduz custos operacionais ao substituir processos manuais demorados por soluções digitais mais ágeis. Além disso, o uso de análise preditiva contribui para o reforço da segurança das transações financeiras, permitindo que as instituições identifiquem padrões irregulares e previnam ataques cibernéticos de forma mais eficaz. No campo da inovação, os bancos que investirem na modernização das suas infraestruturas digitais vão ficar mais bem preparados para criar produtos e serviços financeiros que respondam às exigências do mercado digital.

Entretanto, a crescente dependência da IA também apresenta desafios que não podem ser ignorados. O cumprimento das normas regulatórias exigirá que os bancos adotem práticas de governança e supervisão rigorosas, garantindo que a tecnologia seja usada de maneira ética e transparente. Além disso, o aumento da automação e da digitalização também implica uma maior exposição a ameaças cibernéticas, tornando essencial que as instituições invistam constantemente no aprimoramento dos seus sistemas de segurança. Outro ponto sensível é o impacto da IA sobre o mercado de trabalho, uma vez que a substituição de funções operacionais por algoritmos pode resultar na eliminação de postos de trabalho, exigindo que as empresas e governos se preocupem com a requalificação de profissionais para novas funções.

Em conclusão, as instituições que não investirem na modernização dos seus processos e produtos vão ficar para trás, perdendo competitividade num mercado cada vez mais digital e dinâmico. A IA já não é apenas um diferencial estratégico, mas um fator essencial para a sobrevivência dos bancos. No entanto, a sua implementação deve ser conduzida com responsabilidade, garantindo que a tecnologia seja usada para impulsionar a inovação e a eficiência sem comprometer a segurança, a privacidade dos clientes e a estabilidade do sistema financeiro.

Acredito que a chave para o sucesso estará no equilíbrio entre modernização e governança, inovação e ética. Se adotada corretamente, a IA não apenas revolucionará o setor bancário, mas redefinirá completamente a maneira como interagimos com o dinheiro e os serviços financeiros no futuro.

 

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