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Italiano Monte dei Paschi lança oferta de 13,3 mil milhões de euros pelo Mediobanca
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MPS oferece 2,3 ações próprias por cada ação do Mediobanca. O banco espera lucros de 700 milhões de euros anuais com a fusão e benefícios para acionistas e clientes.
24 Jan 2025 - 12:39
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A banca italiana continua a sua onda de ofertas de aquisição. Desta feita, o banco Monte dei Paschi (MPS) surge com uma proposta sobre o Mediobanca de 13,3 mil milhões de euros. A proposta feita aos acionistas do Mediobanca é de 2,3 ações do MPS por cada ação do banco visado, o que, de acordo com o comunicado do MPS, constitui um prémio de 5,03% e um valor de 15,992 euros por ação à data de 23 de janeiro.
A oferta está ainda sujeita a aprovação por parte das entidades reguladoras. O banco adianta que o seu objetivo é criar um “campeão nacional na banca italiana, que fique em terceiro lugar em mercados-chave”, através da combinação de dois “grandes concorrentes” na indústria. O MPS opera na área do retalho e o Mediobanca na banca de investimento.
Sobre os resultados esperados desta fusão, o MPS estima lucros na ordem dos 700 milhões de euros por ano. Com estes valores, a entidade espera poder acelerar a utilização de créditos de impostos devido a perdas passadas – de momento totalizam 2,9 mil milhões – a um ritmo de 500 milhões de euros por ano, que se somam ao lucro. Ambicionam também níveis de capitalização e retorno sólidos, com um RoTE de 14% e um rácio de CET1 de 16%. Por outro lado, no primeiro ano, a empresa perspetiva um custo de integração de cerca de 600 milhões de euros. A finalização da oferta está prevista para o terceiro trimestre de 2025.
O CEO do MPS, Luigi Lovaglio, revela que pretendem uma “nova abordagem ao processo de consolidação do setor bancário” que cria “valor imediato” para os acionistas de ambos os bancos e, acredita, para o país. O líder do banco toscano reforça a criação de um novo campeão nacional, com “duas excelentes marcas” que querem proteger e fortalecer. Contrariamente à posição otimista de Lovaglio, a Bloomberg e a imprensa italiana citam fontes financeiras do lado do Mediobanca que apelidam a oferta de “hostil” e adiantando que deve ser recusada. Os porta-vozes de ambos os bancos recusaram comentar após pedidos de vários órgãos de comunicação internacionais.
O MPS elenca vários benefícios para todos os envolvidos no processo, desde os acionistas aos trabalhadores. Para os primeiros, o banco que foi resgatado pelo governo em 2017 sublinha a possibilidade de pagamento de dividendos de até 100% do lucro ao mesmo tempo que mantém uma capitalização sólida. Destaca também a criação de sinergias industriais e a aceleração da utilização dos referidos créditos de impostos. Para os clientes, a instituição destaca a variedade de serviços que passaria a existir e, para os trabalhadores, as oportunidades de crescimento profissional.
O MPS foi resgatado pelo governo italiano em 2017, detendo, a certa altura, 68% do capital do banco. O Estado tem estado a sair da estrutura aos poucos, sendo que detém, atualmente, 11,7%. Entre os restantes acionistas principais estão a Delfin – ‘holding’ do falecido bilionário Leonardo Del Vecchio – com 9,78%, o empresário Francesco Gaetano Caltagirone com 5,03%, o Banco BPM com 5%, entre outros. A Delfin triplicou a sua presença em janeiro, depois de ter entrado na empresa em novembro passado, tal como Caltagirone.
Olhando para a estrutura acionista do Mediobanca, é possível observar que a Delfin detém a maior fatia, com 19,81%, seguida de Caltagirone, com uma participação de 7,76%. Ao analisar outros bancos e grandes empresas italianas, é possível encontrar estes mesmos acionistas. Caltagirone tem uma presença de 2% no BPM, de 3,46% na Anima Holding – da qual o BPM detém 22,4% – e ainda 6,92% da seguradora Generali. Dentro da Generali, é possível encontrar também a Delfin, com 9,93% e o próprio Mediobanca, com 13,1%, o que faz dele o maior acionista.
Recorde-se que a banca italiana viu várias ofertas surgir nos últimos meses, com o UniCredit a propor comprar o alemão Commerzbank e, mais tarde, o italiano BPM. Mais recentemente, o banco Ifis, também italiano, fez uma oferta de compra do concorrente Illimity. Fora de Itália, destaca-se o processo que decorre em Espanha com a oferta do BBVA sobre o Banco Sabadell.
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